Como o senhor chefe Alberto João gosta de empreender obras públicas, para cativar o povo da Ilha, aqui lhe deixo uma ideia de uma construção que seria muita apreciada por gente sob pressão.
Não e', no entanto, original. Foi vista em Fianga, no Sul do Chade. Mas vale a pena sugerir uma obra semelhante, com toda a elevação e respeito que o senhor merece.
O retrato que El Pais fez, na edição de Domingo, do senhor Alberto João, do jardim que e' a Madeira, revela muitas coisas: que o número de funcionários públicos na Madeira e' desproporcionado e que o exagero só se justifica por razões políticas, com o fim de ganhar votos; quem vive 'a custa do Estado, vota pela continuidade; que as subvenções do governo central e da Comissão Europeia são excelentes meios para lançar projectos vistosos, para conseguir eleicoes de sucesso; que o défice e a divida da região ultrapassam largamente o que e' aceitável, sendo praticamente igual ao PIB anual da Madeira; que as derrapagens orçamentais, feitas por razoes partidárias, são ilegais; e mais, e mais...
Mas revela também que o poder central, em Lisboa, tem medo do Alberto João, não faz cumprir a lei, prefere fechar os olhos ao que se passa no arquipélago.
Os nossos vizinhos devem ter ficado com uma ideia pouco lisonjeira da política portuguesa.
Mas haja alegria, que passar uns dias de Agosto no Porto Santo da' a oportunidade, a alguns dos nossos políticos de segunda linha, de um encontro com o chefe madeirão e arranjar uns negócios, umas consultorias, uns apoios políticos. Tudo isto, enquanto se apanham banhos de Sol. Nada mal. E' o proprio da saloiada esperta. Que sabe viver...
Ontem fechei o país para descanso, mas o Alberto João aproveitou o feriado para classificar, por portaria transparente e verdadeiramente publicada no jornaleco local, os professores a leccionar na Madeira. Todos levaram pela mesma tabela, um Bom democrático.
A Madeira deu mais uma vez o exemplo da governação de portas escancaradas e mentes arejadas que gosta de praticar, brincalhona e inspirada pelo socialismo jardinês em que todos são iguais perante as portarias e as avaliações.
Hoje fecho Portugal para descanso. Entre o brincalhão da Madeira, sempre pronto a fazer umas tropelias aos de Lisboa, a dama da Educação mal avaliada, os ladrões de ourivesarias a gritar que há falta de segurança nesta terra, a senhora do leite a fingir que tem ideias para o país, ou as queixas alegres ao despotismo do governo, o melhor e' de facto fechar a loja por um dia.
Infelizmente que o fecho não e' para remodelação. E' apenas para que haja um pouco de tranquilidade no desespero de todos nós.