O Alentejano que sou acaba de passar dois dias a percorrer o concelho do Sabugal, no distrito da Guarda e a ficar encantado com as gentes e as terras. Afinal, o país não é só feito de burocratas, e é também mais do que os gangues dos bairros pobres das periferias invisíveis de Lisboa e do Porto.
A actividade económica e o dinamismo do Soito, as tradições da Aldeia Velha, incluindo a festa do forcão, das raparigas da cor dos raios do Sol e dos jovens cheios de vida, a beleza única da histórica Sortelha -- uma aldeia tão bem conservada, num canto paisagístico tão cheio de inspiração natural, tão forte de vistas e contrastes, que mete Monsaraz num canto pequeno --, a Serra da Malcata e os vales do Côa, um país profundo, bem agarrado ao que é seu e a sair da cepa torta pelas suas próprias habilidades e forças.
O que eram dantes terras do contrabando pobre e exploratório, terras de fome e frio, aldeias dos passaportes de coelho, das emigrações da miséria, são hoje terras de dinamismo e força de vontade.