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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Horizontes

Fiz uma pausa no exercício de reflexão estratégica -- os desafios globais no horizonte 2030 -- para dar uma aula no ISCSP aos alunos do segundo ano de mestrado em Relações Internacionais. Foram duas horas de análise crítica sobre o papel da ONU em matéria de manutenção da paz. A assembleia mostrou interesse genuíno pelo tema, apesar de ser um assunto distante das suas preocupações quotidianas.

 

Como também se revelou muito interessada pelo sentido da minha reflexão prospectiva para os próximos 20 anos, ou seja, durante um período de grande instabilidade, de mutações profundas e de desafios complexos.

 

Aproveitei para lhes lembrar, já no fim, que o pensamento estratégico, em relação aos acontecimentos possíveis no futuro, é essencial. Coloca-nos na linha da frente. Dá muito trabalho, muito mais que a análise do imediato ou do dia de ontem, mas permite-nos um posicionamento mais vantajoso. Portugal, e os jovens, em particular, deveriam dar mais atenção a estas questões. Ganharíamos todos.

As elites que só gostam de sardinhas assadas

O pensamento produzido pelas elites intelectuais de Portugal é, de um modo geral, muito conservador. As raízes estão enterradas no passado, nas famílias da pequena aristocracia rural. 

 

Nalguns casos, são apenas frases, violência gratuita, sem argumentos, meros desabafos mal educados. Noutros, pretensamente mais progressistas, imperam as ideias feitas, sem qualquer ligação à realidade possível. 

 

É, em geral, uma produção feita por preguiçosos, a que se juntam os que apenas reproduzem o eco do que ouviram noutros sítios. 

 

Existe, na verdade, um problema no que respeita à qualidade das nossas elites. Um país sem elites viradas para o futuro não pode progredir.

Compreender melhor a Europa do presente

 

 

 

 

Na Visão, que hoje saiu à rua, escrevo de novo sobre a União Europeia.

 

O objectivo é o de ultrapassar as ideias feitas e superficiais, que aparecem na nossa comunicação social. Procuro abrir uma reflexão mais séria sobre as contradições actuais do projecto europeu. Um projecto que sofre das diferenças existentes entre os níveis de desenvolvimento dos estados membros e da capacidade de cada um em responder aos desafios da globalização. Sem contar que as mutações sociais são sentidas de modo diferente em cada país - a emigração é uma dessas mutações - e provocam, por isso, reacções distintas e respostas díspares.

 

A verdade é, também, que a Comissão Europeia não tem sabido desempenhar o papel de coordenação que lhe cabe. Temos uma Comissão que se habituou a ter medo de certos líderes nacionais. Fraca perante os fortes, forte perante os fracos. Assim é a liderança de Bruxelas.

 

Espero que se entenda que apontar o dedo a Ângela Merkel ou aos finlandeses não é suficiente para entender a crise actual.

 

O texto está disponível on-line:

 

 

 

http://aeiou.visao.pt/contradicoes-comunitarias=f605777

Militares e líderes

http://aeiou.visao.pt/as-armas-da-paz=f579540

 

Penso que é importante voltar ao assunto.

 

O meu texto desta semana, na Visão impressa e on-line, acima referenciado, sobre as forças armadas, tem suscitado um nível de interesse acima das expectativas.

 

A ideia era a de abrir o debate, com a certeza de que há razões de sobra para justificar o papel dos militares, numa sociedade democrática. Mas que os motivos de agora são diferentes dos de há anos atrás. Que, por isso, é preciso compreender o papel que representam no presente.

 

Muitas das questões que os leitores levantam mostram que não se pode descurar o esclarecimento da opinião pública, que não se deve considerar como pacífica a aceitação de uma instituição que é fundamental para o funcionamento de uma nação. É preciso esclarecer, abrir as portas ao debate, ter a coragem de dar uma opinião sobre a matéria.

 

As vitórias de hoje passam pelo apoio da opinião pública. Não nos podemos esquecer disso. Como também é fundamental ter em mente que liderar passa pela abertura ao diálogo, mas sem ignorar que quem lidera tem que definir o que lhe parece ser a agenda.

 

 

Globalmente pensando

 

Ontem, o jornal i escreveu aquele artigo sobre os portugueses que têm algum peso na cena internacional. Quer na política quer ainda na economia. A verdade é que os media do nosso país não sabem como funciona a governação internacional. Como se estabelecem as relações de poder, que instituições contam e de que maneira operam. Mais grave ainda, as nossas universidades não possuem este tipo de conhecimentos. São meramente livrescas no que ensinam, sem mais. Falam de cor e salteado. Assim continuará a ser muito difícil preparar líderes com capacidade de voar no espaço do universo. O próprio MNE nunca deu qualquer tipo de atenção ao acompanhamento das carreiras dos portugueses que trabalham em organismos da ONU, ou noutros quadros institucionais globais.

 

Cogitava em tudo isto enquanto me ocupava de coisas tão lusas como transferir o meu registo de eleitor do estrangeiro para Portugal, bem como da obtenção de um atestado de residência, que me é exigido pelo patrão que me empregou durante várias décadas. Mas ultrapassei rapidamente esta fase, que se situa ao nível da junta de freguesia, ao ter um encontro com o Conselho da Europa sobre as relações Norte-Sul, seguido de uma discussão com o instituto norueguês que se ocupa das relações internacionais - NUPI, uma instituição que preparou, ao longo dos anos, vários dirigentes noruegueses para uma vida de prestígio público além fronteiras. NUPI está a tentar influenciar a reforma das operações de manutenção de paz. Ou seja, pensa global. A partir de uma capital longínqua, que se chama Oslo...

 

Acabei o dia a discutir refugiados, eleições no Sudão, foi por meio de uma conferência telefónica com Genebra.

 

Digo tudo isto, sem ir ao pormenor, para que se entenda um pouco melhor o que é estar conectado com o mundo. O que não nos impede de estarmos igualmente ligados às coisas que nos estão próximas.

 

 

Contra a violência

 

Durante as minhas viagens de ontem, pensei muito na tragédia daquele menino de 12 anos que, em Mirandela, se lançou às águas bravas do Rio Tua. Embora muito longe de Portugal, Mirandela, bullying nas escolas portuguesas, e o gesto desesperado do Leandro, preocuparam-me. Mais. Revoltaram-me.

 

Penso que as escolas do nosso país não têm sabido tratar da questão muito grave que é o bullying. Não é dada orientação sobre o assunto. Os políticos, por seu turno, a começar pelos diferentes ministros e secretários da Educação, não entendem, nem nunca quiseram compreender, a gravidade do problema. Como em muitas outras áreas, deixam andar. Não se sentem responsáveis. Não vêem. Não estão à altura. Temos uns políticos que voam ao nível baixinho da mediocridade. Até nesta área tão evidente, que é a violência contra as nossas crianças.

 

O bullying, e todas as formas que as praxes escolares tomam, sejam elas praticadas na adolescência ou no início da juventude, nos institutos militares, de polícia, nas universidades, e noutros locais de aprendizagem e de formação de jovens, são práticas inaceitáveis. Devem ser vistas como indicadores de um povo primitivo, sem elevação moral, velhas reminiscências de um gosto por barbaridades. Violam a dignidade da pessoa e os direitos humanos. Têm que ser proibidas. E severamente punidas.

 

Estamos no Século XXI, meus senhores e minhas senhoras.

Um Domingo de Sol

 

Acordei às 04:20 horas, com um gerador metido na cabeça, tal era o barulho que a máquina fazia, e a pensar nas centenas de milhares de refugiados que estão em risco de ficar sem a nossa protecção de segurança, caso não se consiga desbloquear a negociação com o Governo do Chade. Uma má maneira de começar um Domingo. Preocupações e dores de cabeça, que os cabelos já são poucos para ficarem ainda mais brancos.

 

Mas esteve um dia lindo. Um céu de fazer inveja, limpo como uma donzela num conto de fadas, e uma temperatura a dar vontade de pensar em coisas boas. Escrevi o que tinha que escrever, para a Visão, serviu para serenar. E voltei a exortar todos, incluindo os que estão nas terras frias das margens do Rio Hudson, a adoptar uma atitude razoável. Posições radicais levam os homens à perdição e fazem sofrer os mais vulneráveis.

 

Estive também a fazer as minhas contas. Os dias de Fevereiro e de Março têm que ser bem contados. É que mudar de vida, depois de tantas décadas de vida institucional, dá muito pano para mangas. Por muito claro que tenha sido, não me livro, como ainda hoje aconteceu, hoje, Domingo, de pressões vindas de Nova Iorque. Vejam lá, querem que continue mais um ano! Na verdade, tenho a intenção de continuar mais um, mesmo mais uns anos, muitos, para dizer a verdade. Mas na vida, apenas, a apanhar Sol, nada mais, que um Domingo de Sol faz bem à cabeça. 

Um sonho distante

 

O dia começou com a poeira do harmatão. Aquele pó fino, vindo do deserto do Sahara, que entra por todos os poros, entope as narinas, traz infecções respiratórias, vírus e outras maleitas. A temperatura era de 16 graus, às sete e meia da manhã. Frio, para estas gentes, Inverno rigoroso.

 

No final do dia, o céu voltou a estar limpo. Um ar ameno e fresco. Fez-me bem sentir a brisa da noite, depois de um dia fechado em milhares de problemas. Um dia de pouca visibilidade, em todos os sentidos. Continuámos as nossas discussões sobre o futuro da MINURCAT. Nada fácil, discutir o futuro. O futuro constrói-se, dizer isso não deveria ser uma banalidade. Exige coragem e ideias claras. Mas discutir com governos é uma arte chamada paciência.

 

Dizem que tenho alguma. Sou tão paciente como um vulcão que ainda não explodiu.

 

A ONU faz aqui mais do que seria de esperar. É fundamental para a segurança das pessoas, na área de operações. Mas há sempre quem diga que é pouco, insuficiente. Esquecem que as Nações Unidas são apenas aquilo que os Estados membros querem que sejam. Com todos os atrasos e defeitos dos países que compõem a organização.

 

Continuaram as críticas ao nosso trabalho no Haiti. À falta de coordenação humanitária. À subordinação aos Estados Unidos. Entretanto, ninguém fala da falta de presença das instituições europeias, que sacam todos os anos centenas de milhões de Euros dos contribuintes para ajuda humanitária, através do ECHO --tenham a curiosidade de ir ao Google -- e que brilham pela ausência.

 

Por isso se diz que a Europa é um sonho. Longínquo, bem entendido.

 

Justiça com medo

 

É agora, mais do que nunca, óbvio que a justiça portuguesa come na gamela que lhe é estendida pelos políticos. Vive no conforto da sombra quente da bananeira do governo. Por isso, tem medo, muito, do poder executivo.

 

É um sistema de cobardes, que só tem força perante os fracos.

 

Janus ou o Dr. Jekyll e o Sr. Hyde

 

A política portuguesa é um mito com duas faces.

 

Uma olha para a Esquerda e diz coisas que parecem modernas, mas num ambiente partidário de má-língua e coscuvilhices, de atrasos culturais e ideológicos. Sem coragem nem planos. Palavras, palavras.

 

A outra, vira-se para a Direita, cheira a privilégios do passado, a água benta e a um Portugal do tempo de Júlio Dinis. É um enjoo.

 

Este é o nosso dilema político. O corpo é o mesmo, estafado e sem energia. As mentes projectam cansaço, falta de ideias, um país rural e abafado, perdido numa língua que não se consegue defender e que se ajoelha perante as ignorâncias dos palradores do resto da comunidade linguística que o não é.

 

Estamos tramados?

 

 

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