A central de Zaporijia e os riscos nucleares
Amanhã, 3 de julho, um grupo de antigos funcionários seniores da ONU, vai lançar um apelo ao Secretário-Geral António Guterres, para que conjuntamente com Rafael Grossi, o Director-Geral da Agência Internacional da Energia Atómica (IAEA), se dirijam urgentemente ao Conselho de Segurança, sobre o complexo nuclear de Zaporijia.
A intenção é a de propor um acréscimo significativo do número de inspectores/observadores internacionais, a quem deverá ser dado acesso absoluto a todas as partes da central, de modo a garantir que esta não sirva nem possa ser utilizada para objectivos militares e a sua gestão seja mantida num quadro inteiramente civil, segundo as regras de gestão de uma infraestrutura de energia atómica. Essa missão alargada deveria ter o apoio e a cobertura política do Conselho de Segurança. Teria igualmente a possibilidade de verificar que não acontecerão operações militares num raio de vários quilómetros. A sua composição deveria ser fundamentalmente constituída por técnicos de países exteriores ao contexto da guerra em curso.
Este apelo tem como ponto de partida os perigos que existem ou que podem ser criados a partir da central. Tem igualmente em linha de conta a decisão russa de fazer evacuar todo o pessoal civil e militar da central, a partir de 5 de julho.
As autoridades de Kyiv e de Moscovo foram informadas do conteúdo do apelo que será enviado ao SG/ONU.