A China não apoia a Rússia no caso da Ucrânia
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, falou ontem aos participantes na conferência de Munique através de uma ligação vídeo. Uma parte importante da sua intervenção foi sobre a situação na Ucrânia. Repetiu a posição chinesa, que segue fundamentalmente duas linhas: o respeito pela soberania e a integridade territorial da Ucrânia; e a preocupação de mostrar que a China não está alinhada com qualquer uma das partes. Na realidade, no que diz respeito à Ucrânia, a China não quer de modo algum ser vista como defendendo a posição russa.
Só há alinhamento com a Rússia na parte respeitante à NATO. Mas é um alinhamento muito subtil, na medida em que assenta na afirmação que é necessário ter em conta as legítimas preocupações de segurança da Rússia.
Também teve que responder uma pergunta sobre a situação das populações da etnia uigur na região autónoma de Xinjiang. Aí a novidade foi ter anunciado que a China está a preparar uma visita de Michelle Bachelet, a Alta-Comissária da ONU para os direitos humanos. António Guterres havia recentemente sugerido uma missão desse tipo e aparentemente parte chinesa está a considerar essa hipótese. É evidente que uma visita de Bachelet terá que ser totalmente credível, em termos de liberdade de movimentos e dos contactos. Ora, isso não é fácil.