A economia europeia
David Cameron é o campeão do liberalismo económico na Europa. Hoje, em Davos, disse que acredita no retorno da produção industrial, que entretanto se exilou nos países de baixos salários e de fiscalidade insignificante, como o Bangladesh. Na sua óptica, voltaríamos a ter fábricas na UE caso procedêssemos à desregulamentação das condições laborais, a cortes na segurança social pública e à diminuição dos custos de energia.
Pura fantasia. Com excepção da questão da energia. Com os avanços tecnológicos, com a diversificação das fontes e com uma estratégia energética adequada, seria possível baixar os custos e expandir a oferta. Energia abundante e de baixo custo teria certamente um impacto sobre a actividade económica europeia.
Mas teria que ser uma actividade económica de alto valor acrescentado, baseada na criatividade ou na ciência, ou nos serviços de qualidade, para poder justificar o desenvolvimento social a que a Europa se habituou.