A Europa e a nossa abstenção
De um modo geral, a percentagem de votantes nas eleições europeias aumentou. Esse dado e os resultados globais mostram que os cidadãos perceberam melhor o que estava em jogo e acharam que deviam participar. O apoio ao projecto comum saiu vencedor destas eleições, embora com matizes diversas, o que dá azo a um Parlamento Europeu com uma composição política equilibrada de uma outra forma.
Mas, no conjunto, estamos perante uma eleição que reforça a Europa.
Em Portugal, os cabeças de lista, com excepção da candidata do Bloco de Esquerda, tinham tanto carisma como uns troncos de árvores secas. Assim se justifica uma parte importante da abstenção. E também o sucesso relativo do Bloco.
Na política de hoje, feita nas televisões, nos jornais, nas redes sociais, a imagem que o candidato projecta é um factor de decisão fundamental. Uma imagem monótona, sem entusiasmo, sem garra, sem elegância e humanismo, tipo cassete monocórdica, passa mal. Transmite falta de nível, alguém que não está à altura do desafio. E os eleitores não se vão incomodar para ir votar num sorumbático ou num mono.