A extrema-direita a tirar partido da pandemia
Os movimentos radicais da extrema-direita estão a tentar aproveitar-se das restrições que a nova vaga de coronavírus impõe para organizar manifestações de rua e criar novos segmentos de contestação da ordem democrática.
As manifestações que ocorreram este fim de semana ou nos dias anteriores, nos Países Baixos, Bélgica e Áustria, mostraram que os extremistas de direita têm alguma capacidade de mobilização. São, por isso, um perigo. Agravado ainda, porque essas manifestações oferecem oportunidades aos anarquistas e a outros niilistas para destruir e pilhar bem como para criar situações de mal-estar social, de insegurança colectiva e de descrença na capacidade das instituições democráticas de manter a ordem pública.
O grande desafio para os democratas é conseguir fazer chegar aos cidadãos mensagens de moderação, de tranquilidade e de respeito pelas autoridades, a começar pelas que são responsáveis pela saúde pública.
É importante que se entenda que estão em jogo duas questões fundamentais. Por um lado, a saúde pública e a salvaguarda da vida e do bem-estar das pessoas. Por outro, a protecção da imagem da democracia, das suas instituições e da aceitação da legitimidade das decisões tomadas por quem foi investido em posições autoridade.