A Grécia abriu um período interessante
Os resultados das eleições gregas não tiveram impacto nos mercados bolsistas europeus. Em termos da economia europeia, a Grécia tem agora um peso marginal. Já não estamos em 2011. Nessa altura, muitos dos grandes bancos privados da Europa tinham níveis de exposição elevados à dívida pública grega. As coisas mudaram.
Ao nível do impacto político, o discurso oficial foi hoje muito prudente, nas principais capitais da UE. Ninguém quer ser acusado de extremismo, perante um resultado eleitoral claro. Mas, mais, ninguém quer abrir o jogo e revelar as cartas, para já. Assim, as palavras que vão surgindo, em Bruxelas e noutras cidades, deixam a porta aberta à iniciativa do novo governo em Atenas. Ou seja, esperam que este mostre até onde quer ir. As velhas raposas europeias sabem que esconder o jogo é meio caminho andado.
Entretanto, irão surgir certas vozes inabituais ou menos conhecidas que terão como tarefa dar uma indicação do sentido que as coisas podem tomar. A Eslováquia, por exemplo, que já disse que não pode aceitar um incremento do salário mínimo na Grécia para os 700 euros, a ser pago com o dinheiro dos outros, quando os eslovacos ganham muito menos que isso.
Vai ser um período interessante. Nada está ganho à partida.