A Grécia às portas de vários dilemas
Por estes lados, a opinião que corre desde o fim-de-semana é que a Grécia vai entrar em insolvência. A hipótese de um acordo a curto prazo com o Eurogrupo tem, neste momento, uma probabilidade mínima. Sem esse acordo, não haverá dinheiro fresco e reduz-se a margem de manobra do Banco Central Europeu. Entrou-se, diria, numa lógica de inevitabilidade. Que é acompanhada, ao nível dos grandes grupos financeiros, pela convicção que será possível gerir e absorver a nova situação de insolvência, para além de um impacto negativo inicial.
Em certa medida, chegou-se agora a uma situação em que se deixou a Grécia sozinha. Todos pensam que a bola está no campo grego, quando se trata do jogo financeiro.
Depois há ainda outros jogos: Schengen e a manutenção ou não da livre circulação de pessoas com a Grécia, um assunto que já começou a ser objecto de reflexão; e, por outro lado, as consequências políticas e militares de uma aproximação de Atenas à Rússia, caso viesse a acontecer. Sem entrar no pormenor, como reagiria a elite de segurança grega se amanhã o seu país fosse suspenso de certos mecanismos de segurança e a Turquia continuasse a ser parte desses mecanismos?
Tudo isto tem uma complexidade maior do que possa parecer.