A impunidade e a espiral do colapso
A Bolsa de Lisboa, sobretudo no que toca ao sector bancário, ficou muita fragilizada, no seguimento da crise do BES. Há hoje um risco real que uma parte importante da banca nacional restante entre numa espiral desastrosa. Mas não são apenas os bancos que estão ameaçados. Existem muitos projectos de investimento que se vão revelar inviáveis, que apenas existiam em virtude dos favores que certos banqueiros faziam aos amigos e a si próprios. Projectos que na realidade eram apenas biombos que escondiam a apropriação privada de dinheiros dos depositantes.
Tudo isto foi possível porque as instituições portuguesas funcionam mal, fazem de conta e têm como prática habitual o favorecimento de um pequeno número de indivíduos. E porque vivemos num país onde reina a impunidade. A impunidade dos ricos e dos poderosos. Quando isso é a norma, um país deixa de funcionar de modo normal. Passa a estar a saque. E entra num processo de colapso.
Receio bem ser essa a situação em que Portugal se encontra.