A intimidação de Vladimir Putin
Na véspera do encontro entre Antony Blinken e Sergey Lavrov, vive-se um elevado nível de preocupação, quer na Ucrânia quer na nossa parte do continente europeu.
As movimentações observadas nos últimos dias só podem levar à conclusão que Vladimir Putin está a preparar uma operação militar de grande envergadura. Mesmo que acabe por não a levar a cabo, as manobras actuais são um exercício de intimidação e de instabilidade inaceitável nos dias de hoje na Europa.
Essa é, para já, uma das grandes conclusões que convém tirar. Não podemos aceitar, em 2022, que uma superpotência europeia ameace os seus vizinhos. Só isso já nos deve fazer reflectir sobre que tipo de resposta se deverá dar a essa intimidação.
Toda a narrativa propalada por Putin é uma simples fabricação, criando uma falsa realidade para depois poder justificar as suas intenções bélicas. Nenhum país europeu, a começar pela Ucrânia, tem qualquer plano de agressão contra a Rússia. Essa é verdade. Ninguém, no interior da NATO, pensa invadir um milímetro que seja do território russo. Quando Putin diz o contrário, sabe que está a mentir ao seu povo para poder justificar o seu poder absoluto e as muitas perdas que uma ação militar russa acabaria por acarretar. Em caso de conflito, provocado por Putin, seria sempre o povo russo o grande perdedor. E ninguém do lado europeu quer que isso aconteça