A NATO, a China e a Rússia
A reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Nato deu hoje uma atenção muito especial à competição entre o Ocidente e a China. Penso ter sido um erro. Neste momento, o que conta é acabar com a agressão da Rússia de Vladimir Putin contra a Ucrânia – e também contra a Europa. É aí que está o perigo mais imediato. Sobretudo agora, que estamos a entrar no inverno. A agressão russa pode causar a morte de milhares de pessoas por causa do frio, da falta de gás para o aquecimento das habitações. Os meses que aí vêm são extremamente difíceis em termos de temperaturas e humidade. Sem aquecimento, muitas pessoas, sobretudo as mais idosas, estarão em risco de vida. É preciso denunciar esse facto e apontar o dedo na direcção de Putin.
O que a Nato deveria estar a discutir, no que respeita à China, é outra coisa: como convencer a China a tomar a atitude responsável que deveria adoptar, enquanto grande potência, e desempenhar um papel que leve Putin a parar a agressão. Essa é a China que se quer na cena internacional. Essa é a questão que os países da Nato deveriam considerar como prioritária em matéria de diplomacia.
O resto é, para já, rivalidade entre os EUA e a China. Poderá ser tratado mais tarde. E com serenidade, se se aplicar francamente o princípio de uma só China, mas com dois sistemas.