A nova era no Japão
Segui com algum cuidado a transição que acaba de ter lugar no Japão, do Imperador Akihito para o seu filho, o agora Imperador Naruhito.
Apesar da distância cultural que nos separa do Japão, este acto político deve fazer-nos reflectir. É, também, uma fonte de inspiração quando se pode observar uma outra prática do exercício do poder e do simbolismo. Sobretudo, quando o principal objectivo é o de assegurar a unidade nacional e o orgulho colectivo, que é indispensável para que haja optimismo e se possa acreditar no futuro.
As palavras que utilisarei, para resumir a transição que agora ocorreu e que tem uma importância enorme para a população japonesa, são cinco:
Simplicidade.
Brevidade.
Tradição.
Cerimonialismo
Elegância.
Mais ainda. O Primeiro Ministro Shinzo Abe discursou esta manhã, durante menos de dois minutos, para reconhecer a autoridade do novo Imperador. Referiu-se apenas a três ideias-chave, cuja menção me parece igualmente relevante. Unidade nacional. Paz internacional. Florescência da cultura japonesa. Três objectivos que cabem bem no novo período imperial, que procura combinar harmonia com beleza (Reiwa).
Em matéria política e de liderança, foi uma lição. Que aqui partilho.