A ofensiva espanhola em África
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visita a partir de hoje, e até sexta-feira, Angola e o Senegal. Acompanham-no vários chefes de grandes multinacionais espanholas. Serão assinados acordos de investimento, comerciais e outros, sobretudo com Angola.
Esta deslocação corresponde ao lançamento do plano espanhol Foco África 2030. Tive a oportunidade de ler o documento. É um plano bem feito, claro e ambicioso. Aí se diz sem rodeios que a Espanha quer ser o país líder, dentro da União Europeia, no que respeita a África. E definem-se as prioridades e os países prioritários. Para além dos três mais importantes, que são designados como pontos de ancoragem de Espanha em África – Nigéria, Etiópia e África do Sul – são considerados prioritários o Senegal, a Costa do Marfim, o Gana, o Quénia, a Tanzânia, Moçambique e Angola.
Para garantir o bom seguimento do plano, serão reforçadas as embaixadas de Espanha em África, bem como as delegações comerciais e as Técnicas de Cooperação. E haverá um contacto muito mais frequente com os dirigentes africanos e os embaixadores de países africanos representados em Madrid.
Foco África 2030 levantará certamente muitas interrogações em Paris e, creio, em Lisboa. Estas duas capitais não deixarão de fazer uma leitura muito atenta das intenções espanholas.
Eu já fiz a minha.