Ajuda humanitária e militar
As reuniões entre as partes são importantes. Mesmo sem progresso visível. A dada altura pode sair de um desses encontros uma via que leve, pelo menos, ao cessar-fogo. Também é significativo que esteja prevista uma sessão entre os ministros dos Negócios Estrangeiros de ambas as partes, na quinta-feira, na Turquia.
Alguém me perguntava, hoje, na Antena 1, o que penso da posição “extremada” de cada um dos lados. Respondi, esclarecendo que apenas um lado tem exigências irrealistas e extremas: o lado russo. Querem que os ucranianos reconheçam a ocupação da Crimeia, as “repúblicas separatistas” do Donbass, com uma configuração territorial três vezes superior à actual, que a Ucrânia não tenha forças de defesa e que se comprometa a não aderir à NATO. De todas estas, apenas a última me parece negociável, o que não quer dizer inteiramente aceitável. As outras são pura e simplesmente um pretexto para continuar a agressão.
Como aqui escrevi ontem, nesta fase é fundamental dar a prioridade à questão da protecção dos civis e ao apoio humanitário.
Mas também é essencial continuar a ajudar as forças armadas ucranianas com armamento e outros meios logísticos. A Ucrânia está num processo de legítima defesa. Precisa de assistência. Todavia, esta deve ser feita de modo mais discreto. Há muita televisão e muitos comunicados sobre essa ajuda. Não pode continuar assim. Ontem, uma das televisões europeias mostrava com toda a clareza e ingenuidade uma base militar polaca, com o nome do local e tudo. Não está certo. Nestas coisas, o secreto é alma do negócio.