Confusões e inquietações
Os investidores nas empresas europeias que compõem o Euro Stoxx 600 perderam hoje cerca de 180 mil milhões de euros. Este montante evaporou-se por causa das preocupações existentes sobre a evolução da epidemia de coronavírus. Esta perda de capital tão elevada não pode ser apenas explicada por razões de amedrontamento momentâneo. Há, por detrás dos números, a questão da incerteza, o não se saber ainda quando será possível controlar a epidemia.
Vários laboratórios de empresas multinacionais estão neste momento a tentar encontrar uma resposta médica, uma vacina, nomeadamente.
Mas há também a dimensão humana. É preciso ganhar o apoio das populações mais expostas. E aí, a China está a encontrar uma série de dificuldades que até agora desconhecia. As pessoas recebem todo o tipo de informações por meio das plataformas sociais, apesar das tentativas de censura, e cada um reage à sua maneira, muitas vezes disparatadamente. Ainda hoje um amigo meu, que vive no Sul da China, me contava que a sua área residencial foi inteiramente pulverizada com um insecticida que é utilizado para combater o mosquito da febre do dengue. Não serve de nada para impedir a propagação do coronavírus, mas ilustra bem que cada região procura tratar de si, seja como for.
Isto é algo de novo no país. Sem falar de caos, podemos dizer, todavia, que há muita confusão na China de hoje.