Davos 2022: uma abertura chinesa
Esta é à altura do ano em que os poderosos convergem para Davos. Tal não aconteceu em 2021, por causa da pandemia. Este ano temos um encontro virtual que começou ontem.
Curiosamente, os primeiros oradores, no dia de abertura, foram os presidentes da China e da Índia e o secretário-geral das Nações Unidas. Segui atentamente o discurso de Xi Jinping, algo que não é fácil de fazer por causa do floreado das frases e do recurso a imagens metafóricas que já ninguém usa.
Do muito que disse, sublinho a referência à China como contribuinte maior para a estabilidade Internacional bem como a defesa cerrada que fez do multilateralismo. Essa é uma maneira de colocar a China no lado bom das relações internacionais, ou seja, mostrar que o país desempenha um papel fundamental nas áreas da cooperação e da paz mundiais. Claro que do outro lado da balança, Xi colocou os Estados Unidos que foram mencionados como uma fonte da tensões, de criação de blocos hostis entre si e com uma economia que se fecha e dificulta a recuperação necessária no período pós-covid.
Se tudo isto fosse dito de uma maneira mais simples e mais directa o impacto das palavras do presidente chinês teria sido muito maior. Mas é interessante ver a imagem que pretende fazer valer na cena Internacional.