Defesa nacional: banalidades e falta de visão estratégica
Um texto de banalidades e de generalidades não responde às preocupações do sector da defesa nacional. Medidas pontuais, por muitas que sejam, também não respondem. Na realidade, um texto assim mostra que não há visão, não há uma definição clara do papel e das funções das Forças Armadas no presente e, sobretudo, na década que se segue. Há apenas um tratamento avulso de certas questões. E uma tentativa de passar a responsabilidade para as altas patentes, sacudindo-a do capote do poder político.
Falta, por outro lado, a questão cidadã, ou seja, a maneira como se pretende que os cidadãos vejam as Forças Armadas. A defesa nacional não é apenas uma matéria militar. Tem que se basear no apoio e na compreensão dos cidadãos. Sem essa vertente estar resolvida, o definhamento e a contínua percepção da irrelevância dos militares, tal como é entendida por muitos dos portugueses, irão continuar.
Temos aqui um debate que há muito que está por fazer.