Devagarinho, no Baixo Alentejo interior
Ontem estive em Alvito, no distrito de Beja. É um concelho perdido na imensidão dos campos do Baixo Alentejo, pouco povoado – nas presidenciais de 2020, tinha pouco mais de 1.900 eleitores inscritos, tendo votado menos de 900. E como muitas localidades do interior do Alentejo, é uma terra que parou no tempo. Várias das casas grandes estão fechadas ou mesmo abandonadas e as actividades económicas não-agrícolas não existem. No domínio da agricultura, a água do Alqueva tem feito a diferença. Quem passa, vê muitas plantações novas, sobretudo de oliveiras, mas não só. Mas não se enxerga vivalma. E as estradas que levam ou fogem de Alvito estão em mau estado. Essa é, aliás, uma constante pelo distrito fora. A nacional que vem da A2 para Beja tem alturas que mais parece uma aliada das casas que vendem pneus para automóveis e das oficinas aperta-parafusos. A tão falada N2, que vem do Norte para o Sul de Portugal tem troços na zona de Ferreira do Alentejo que clamam por uma nova cobertura de alcatrão.
O lado positivo é ser-se obrigado a conduzir devagar. Devagar como a vida nestas terras.