Dualidades
Visto de longe, Portugal dá de novo a impressão de um país a duas velocidades. Uma parte de nós parece estar a aproveitar as novas oportunidades, a adaptar-se aos desafios da internacionalização da vida de hoje, a conseguir ter um presente e esperança em relação ao futuro. Depois, temos uma outra parte do nosso ser que não consegue ultrapassar as dificuldades actuais, que são imensas e parecem indomáveis, uma parte que se afunda no desespero de quem quer mas não consegue. Assim, encontramos de um lado gente que se sente motivada e do outro, cidadãos que sesentem cada vez mais frustrados, mais inseguros e mais fragilizados.
Não podemos continuar assim. Nenhum país vive tranquilo quando as contradições são tão marcadas. Há aqui uma profunda reflexão que tem que ser feita.
Sem contar que, lá fora, existe a impressão que Portugal é um país zangado consigo próprio e irritado com tudo o que lhe é estranho.