Em pré-campanha
Estamos em pleno período pré-eleitoral. Mas as intervenções de quem está em evidência não saem para além de duas questões: as finanças públicas e os benefícios sociais. São ambas certamente importantes. Não devem, porém, fazer esquecer outras dimensões que me parecem fundamentais. Ou seja, para além das matérias orçamentais e das promessas de subsídios e coisas similares, há que ter em conta a economia, a educação, a segurança dos cidadãos e o reforço da disciplina cívica.
A economia levanta a questão dos investimentos e do clima de negócios. Sem novos investimentos não haverá emprego nem receitas públicas adicionais. Sem um clima institucional e legal favorável e estável não haverá crescimento dos investimentos. Sem esquecer que as promessas sociais têm que ser realistas para não espantar o investimento estrangeiro e nacional. Promessas aventureiras ou fantasiosas fecham as portas ao investimento.
A educação está, em boa parte, num caos. Neste momento, só serve para produzir os pobres e os revoltados de amanhã. Precisa de ser sacudida de alto a baixo. A autoridade dos professores, que tem várias dimensões e passa igualmente pelo respeito pela profissão, deve ser restabelecida.
A segurança interna é uma preocupação que tem vindo a ganhar peso. Os mais frágeis são os que mais sofrem com a insegurança e a falência do Estado de direito.
Quanto à disciplina cívica, basta lembrar que sem respeito pelo próximo, pelo vizinho, pelos outros cidadãos, pelas regras e pelos valores morais não há país que consiga sair da cepa torta. A nossa maneira de estar em sociedade requer uma reflexão e um novo compromisso social. Cabe aos líderes abrir o debate e mostrar o exemplo. O tempo dos “espertos e despachados”, do sem rei nem roque, já deu o que tinha a dar e não faz parte da cultura democrática. É um sinal de subdesenvolvimento.