Em Riga, uma cidade elegante
Este é quarto mês de setembro que me apanha em Riga. Desta vez, os factos que se vivem na região levam-nos a um tipo de preocupações diferentes: como ultrapassar a confrontação actual e voltar a um relacionamento nesta parte da Europa que tenha em conta os velhos princípios da Acta Final de Helsínquia de 1975 – sim de há quase quarenta anos – sobre a cooperação e a segurança na Europa. A Europa dos conflitos e do poder do mais forte é algo que não deveria ter futuro no nosso continente. Quem pense o contrário está fora do seu tempo, raciocina como um agressor e deve ser clara e firmemente denunciado. Mas a denúncia não pode ser feita de modo a fechar as portas. Deve ser argumentada com serenidade e acompanhada de um convite ao diálogo.
É verdade que em política, na interna e na externa, dá mais votos bater no adversário. O contrário não anima as hostes, não dá entretenimento e deixa a impressão de frouxidão. A política, em muitos aspectos, continua a ser, acima de tudo, um espectáculo para as massas.