Foi mais uma cimeira para nada
Três dias depois da minicimeira sobre o corredor humano dos Balcãs, eis que a Alemanha acusa a Áustria de empurrar ondas de imigrantes através da fronteira, passando assim a batata quente para o lado alemão. Ambos os países estiveram na cimeira, onde ficou combinado que nada seria feito por um Estado sem informar o vizinho das possíveis consequências.
Na realidade, a reunião de domingo foi coisa pouca para um problema tão vasto. A Alemanha continua a receber uma média de 10 000 novos candidatos ao refúgio por dia e os Balcãs, por seu turno, não sabem o que fazer perante os milhares que passam por lá.
O frio já começou a apertar. Mas mesmo assim, não há sinais de abrandamento dos movimentos migratórios. Tal só virá a acontecer mais tarde, quando o Outono estiver perto do Inverno e se tornar claro que o percurso é demasiado arriscado. O tempo frio nos Balcãs mete respeito.
Esse afrouxamento da pressão dará alguma margem de manobra aos países europeus para preparar uma resposta mais consentânea com a gravidade da situação. Dará sobretudo tempo para que se procure encontrar o que até agora não aconteceu, ou seja, uma resposta europeia a um problema que é de todos. Há que entender, de facto, que o problema toca a todos, directa ou indirectamente, e que a solução deve estar baseada num compromisso comum.