Hoje é sobre o azeite
A expansão do olival, sobretudo no Baixo-Alentejo, levanta várias questões de fundo, nomeadamente no que respeita à pressão que exerce sobre os recursos em água do Alqueva e à rentabilidade futura das explorações agrícolas, sem esquecer que a monocultura extensiva tem um impacto ambiental que não pode ser ignorado .
Entretanto, soube-se agora que o preço do azeite extra-virgem nos mercados mundiais está em baixa, este ano. Uma descida significativa. No caso de Espanha, que produz à volta de 53% do azeite mundial, a quebra no preço (medida no valor por unidades de 100 kg) é de cerca de 25%. Quanto à Itália, outro grande nome nos mercados internacionais, o decréscimo no preço ronda os 33%.
Dois factores explicam a perda de valor. Existe, em 2019, excesso de produção. Por outro lado, o mercado americano – que poderá ficar mais difícil de aceder se o Presidente avançar com a aplicação de tarifas aduaneiras ao azeite europeu, como já o ameaçou fazer – não cresce. O consumo de azeite per capita nos Estados Unidos é baixo – cerca de 10 vezes inferior ao de Portugal – e não está a crescer. Na verdade, há aqui um problema de hábitos alimentares, que pediriam uma campanha de marketing muito bem pensada.
Ou seja, este é um sector que precisa de orientação.