Humanitários portugueses
Fernando Nobre, o fundador da Assistência Médica Internacional (AMI), é indiscutivelmente um português que conta, em matéria de trabalho humanitário internacional. Tem uma longa experiência, em várias partes do mundo. Quando se pensa nele, deve ter-se em conta essa vivência e não a aventura política em que se meteu há já quase cinco anos. Assim se fará justiça ao papel que desempenha há décadas.
A acção humanitária e a política portuguesa são duas áreas bem distantes uma da outra. Qualquer tentativa de as misturar só pode levar a um grande fiasco.
Tive, esta tarde e vou ter, nos próximos dois dias, a oportunidade de estar com ele numa reunião em Stavanger, na costa ocidental da Noruega. Entretanto fiquei contente por ver que a sua organização tem uma imagem positiva. E gostei de o ver, no final do dia, a jogar aos matraquilhos com uma das técnicas da parte militar da conferência em que estamos empenhados.
Nesta mesma reunião temos mais dois jovens portugueses, filhos da emigração e hoje funcionários de organizações humanitárias da ONU. Um, é franco-português e trabalha com a ONU-OCHA (Office for the Coordination of Humanitarian Affairs), em Genebra. A outra é luso-canadense, está ao serviço do Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas, em Roma. Em breve, estará baseada na cidade do Cairo. Ocupar-se-á então do Norte de África, do Médio Oriente e da Ucrânia. Ou seja, será mais uma portuguesa com uma posição de relevo na resposta às crises humanitárias nessas regiões, que são particularmente problemáticas.