Manobras eleitorais
As eleições britânicas vieram confirmar várias tendências, sobre as quais deverei escrever no próximo texto a publicar na Visão. Para já, quero apenas lembrar que a estratégia eleitoral dos Conservadores foi concebida e dirigida por um especialista australiano, Lynton Crosby, a quem o partido de David Cameron pagou uma fortuna. Crosby aproveita-se das divisões internas que possam existir no partido adversário. Explora-as de um modo muito hábil, acentua-as, de modo a fazer crer ao eleitorado que esse partido é um saco de gatos assanhados que não se entendem e em quem não se pode confiar, ou, pelo menos, um partido com uma liderança fraca, incapaz de se impor e que por isso não tem garras para dirigir o país. O objectivo último consiste em desgastar e descredibilizar a imagem do líder oposto. É uma táctica que é jogada, em simultâneo, de modo aberto e de maneira subtil, para aumentar a credibilidade dos ataques. Pressupõe a existência de uma equipa que, na sombra, só trata disso.