O bom-senso é um dos pilares da paz
Dizer que estamos a atravessar um momento de alto risco seria esquecer que o risco é o quotidiano de muitos, em várias partes do globo. Assim acontece em diversos cantos de África, do Darfur ao Leste do Congo, da Guiné-Bissau à Somália, em muitas terras da América Central, com Honduras a ter a taxa de homicídios mais elevada do mundo, na Ásia, do mundo do trabalho quase escravo do Bangladesh até ao tráfico de crianças no Cambójia, e assim sucessivamente.
Mas ignorar que a escalada de confrontação entre o Ocidente e a Rússia não augura nada de bom seria um erro.
E estamos, de novo, hoje, numa lógica de intensificação da crise. A visita do Secretário-geral da ONU a Moscovo e amanhã à Ucrânia mostra o nível de preocupação de quem sabe quais são os riscos.
É preciso pôr um travão ao conflito.
Mesmo assim, já se foi longe demais. Reparar a confiança perdida vai demorar muito tempo.
Continuar a perdê-la levaria a prejuízos muito grandes para ambas as partes.