O canibal e o seu Natal
Canibal rima com Natal. Mas isso não explica a razão que me levou esta manhã a dizer a quem me quis ouvir que me tinha transformado, durante a noite de consoada, num canibal. Também não meti medo a ninguém. Nem era essa a intenção. Um canibal da minha idade já não faz mal a uma mosca. E a idade também faz com que o apetite não seja muito grande. O jantar de consoada foi ligeiro. E o almoço de Natal também. Modesto, na verdade. Quando comparei o pouco que engoli ao que os meus amigos glutões paparam fiquei a pensar que afinal o meu novo estado de canibal era mesmo e apenas uma fantasia. De confinado, diria um amigo meu. Respondi que talvez fosse apenas uma maneira de responder de um modo inabitual e imprevisto a um Natal que foi muito diferente do que é tradicional. Ou uma maneira nova de desejar a todos um Feliz Natal.