O fundamentalismo fiscal português
Portugal está nas mãos de fundamentalistas fiscais. Por isso, o micro-agricultor que for ao mercado vender umas nabiças, é obrigado a emitir factura. Uma loucura à portuguesa.
Em contraste, o serralheiro-sapateiro que tem loja aqui no meu bairro de Bruxelas, na rua comercial da minha zona, nem máquina de pagamento automático é obrigado a ter. Só aceita dinheiro contado e não passa factura.
Hoje, por exemplo, fui pagar a minha conta pendente. Resumia-se a duas letras em metal, um 18 capaz de resistir à ferrugem, para colocar do lado da rua da porta de casa, para que o leitor, quando me visitar, não se enganar no número da porta, e mais uma reparação de uns sapatos. Paguei a conta, que incluía também o trabalho de montagem das duas letras. 100 Euros. Desculpe, mas tem que ser em dinheiro. Factura? Não, não há.
Sem desculpas.
Nem crises na inspecção de finanças. Nem ASAEs e GNRs.