O plano de Juncker
Não tive a oportunidade de ler o plano de Juncker, apresentado hoje, sobre revitalização da economia europeia. Tomei nota, no entanto, de alguns comentários que foram surgindo ao fim do dia. E fiquei com a impressão que a proposta avançada por Juncker tem algumas ideias interessantes mas, no fundamental, será mais uma declaração política do que económica. Mesmo assim, não é de descartar. Só que entre as reacções que li, estava um primeiro comentário vindo de Berlim. Dizia, no essencial, que Juncker apresentou um plano que merece ser apoiado mas que a Alemanha não poderá fazer muito mais para além do que já está a fazer. Ou seja, Juncker propõe o que lhe parece adequado e lhe possa dar credibilidade, e nós, o governo alemão, não o vamos criticar, seria inoportuno, no entanto, não esperem qualquer alteração política da nossa parte.
E esta foi, até agora, a declaração mais clara. Os outros governos mantêm-se silenciosos.
Por este andar, o melhor é ler o plano o mais depressa possível, antes que caia no esquecimento. E porquê ler algo que vai ser posto de parte? Pois bem, sempre haverá uma ou outra ideia na proposta de Juncker que valerá a pena conhecer. Além disso, o plano dá-nos uma ideia da filosofia económica que irá guiar a Comissão nos próximos anos. E isso é algo que convém conhecer.