O vírus e a cooperação internacional
Um amigo próximo está positivo há dez dias. É um homem forte, com muitas décadas de mato africano coladas à pele, um combatente em todos os sentidos. Mas vive numa plantação, algures na África Austral, e a vacina ainda está a caminho da região. Lentamente. E o meu amigo dizia-me hoje que isto da Covid não é brincadeira nenhuma. Ele, que é um sobrevivente de muitas lutas, sabe do que fala.
A sua condição actual veio uma vez mais pôr em evidência a extrema desigualdade que existe no acesso às vacinas. Num país como o seu, e em todos os outros que têm o mesmo nível de desenvolvimento – um nível baixo – a percentagem de gente vacinada é ínfima. Não há vacinas, não existe infra-estrutura nem meios.
Sem um esforço internacional, esses países continuarão a manter o vírus vivo. Depois, mais tarde ou mais cedo, ele saltará daí para o resto do mundo. Os países que contam, em termos de recursos e de capacidade, precisam de agir e de cooperar. É urgente e no interesse de todos.