Os britânicos e a Europa
Martin Schulz, actual presidente do Parlamento Europeu, está na corrida à sucessão de Barroso em nome da família socialista e social-democrata europeia mas sem o apoio dos Trabalhistas britânicos. Ed Miliband, o líder do partido, considera que Schulz é demasiado europeísta, ou seja, um porta-voz influente do aprofundamento da União Europeia. Miliband, apesar de ser favorável à presença britânica na UE, acha que a integração já foi demasiado longe e que é preciso pôr um travão à transferência de competências para as instituições comunitárias.
Miliband deverá ser o próximo primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Se assim acontecer, a integração europeia não poderá esperar muito dele e do seu governo. Mas a situação ainda será pior se Cameron for reeleito primeiro-ministro. Nessa hipótese, é quase certo que em 2017 a Grã-Bretanha estará de saída da UE.
A pergunta que se coloca hoje é muito simples: será preferível ter um Miliband sem entusiasmo pelo projecto europeu e pronto a travá-lo por dentro, ou ter um Cameron fora das portas europeias, a tratar da sua vida e nós a tratarmos da nossa?