Os chineses
Há por aí uma certa dose de racismo contra os chineses. Convém estar atento. Trata-se de um sentimento que é preciso combater sem folga. O racismo é a forma mais acessível de resolver uma série de frustrações. É uma maneira primária de encarar a concorrência ou a percepção de uma ameaça exterior. Começa por uma ponta e depois abrange toda uma variedade de casos.
É evidente que há que proteger o que possa ser considerado de interesse nacional. Mas é preciso fazê-lo com muita inteligência, que o mundo de hoje já não é o de há vinte ou trinta anos. E é igualmente importante fazê-lo num quadro mais amplo, que multiplique as nossas forças e as nossas capacidades de resposta. Por isso, muitas destas coisas relacionadas com os investimentos estrangeiros e o comércio internacional devem ser vistas no conjunto europeu.
A China é um país extremamente poderoso. Tem a força dos grandes números. Mas é igualmente um estado que sabe quais são os limites da soberania. Responde bem quando lhe lembramos esses limites. É tudo uma questão de se saber negociar e de ter a coragem das nossas ideias e dos nossos interesses colectivos.