Os debates que nada me dizem
Vi o debate entre António Costa e Rui Rio durante um minuto. Não tive paciência para mais. Mas admiro os 3,3 milhões de portugueses que assistiram ao duelo. Sim, porque na verdade tudo isto não passa de duelos ao vivo, de espectáculos para mostrar que se é mais arguto que o adversário.
É preciso fazer política de outra maneira. O meu texto de ontem no Diário de Notícias era sobre isso, a necessidade de construir plataformas políticas e de alargar a governação, de modo a torná-la tão próxima e representativa quanto possível do mosaico social que é a nação portuguesa.
Não se pode fazer política com base na hostilidade e na exclusão de largos sectores da sociedade. Sobretudo num país como o nosso, que precisa de uma mobilização cívica que permita ultrapassar o subdesenvolvimento, a pobreza de muitos e as disparidades sociais e regionais.
Acredito ser necessário proceder a uma mudança profunda dos valores, dos comportamentos e das prioridades para conseguir acelerar o desenvolvimento económico e social e diminuir o fosso que nos separa das médias europeias.
A minha mensagem é simples: tem de se fazer política de outra maneira. Com serenidade, com prioridades bem definidas, com o empenho público e privado, em associação com os poderes locais e as associações de cidadãos, e também com objectivos concretos que possam ser avaliados.
É isso que falta nos debates. Continuamos a agir como sempre fizemos, com ideologias ultrapassadas, incapazes de nos guiarem na transformação do país