Os desafios de hoje são enormes
O presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, estiveram ontem reunidos, por videoconferência, durante cerca de 3 horas. Foi uma reunião muito franca, de um lado e do outro. Existem vários pontos de divergência, de conflitos de interesses e de grande tensão. Pouco ou nada ficou resolvido, com esta longa troca de opiniões. Mesmo assim, considero que foi importante que um encontro deste género se tenha realizado. Os líderes das duas maiores super-potências devem falar frequentemente e expor as divergências bem como procurar áreas em que as suas acções possam convergir. Vivemos um momento de grandes tensões geopolíticas. A pandemia provocou um agravamento das rivalidades, nomeadamente entre os Estados Unidos e a China. O desafio que temos pela frente é o de conseguir transformar a competição geopolítica em cooperação internacional. Quem desempenha um papel de liderança, ao nível dos estados que são influentes ou no seio das organizações internacionais, tem agora uma responsabilidade acrescida, numa cena global particularmente complexa. Ficar silencioso ou evitar falar com os adversários é inaceitável. As novas gerações irão julgar os personagens de hoje com base num critério muito simples: tiveram ou não coragem para procurar o diálogo, discutir com os adversários e colocar o futuro da humanidade acima de todas as outras preocupações, nacionalistas, partidárias e de conservação do poder pessoal?