Os novos portugueses
Apostar no aumento da taxa de natalidade é não ter em conta as razões que levaram as famílias portuguesas a ter, em média, menos filhos. Essas razões são fundamentalmente económicas, mas também resultam de mudanças fundamentais, de fundo, nos comportamentos das gerações mais jovens. As medidas que venham a ser tomadas pouco ou nenhum impacto terão na inversão da tendência para uma taxa baixa, inferior ao nível necessário para a substituição das gerações.
É mais fácil atrair novos imigrantes que mudar os comportamentos dos jovens portugueses. Uma verdadeira política demográfica terá que passar pela criação de um conjunto de atractivos à imigração de jovens provenientes dos países menos desenvolvidos do Leste da Europa, a começar pela Ucrânia. É aí, desse lado da Europa, que iria buscar uma parte significativa dos “novos portugueses”.
Sem esquecer, claro, que uma parte importante do nosso défice demográfico provém da saída de jovens portugueses para o estrangeiro. Essa face da medalha tembém deve ser equacionada na nossa política populacional.