Os políticos gostam de pedir emprestado
A crise doméstica que os EUA estão a viver, por causa da discórdia política entre Republicanos e Democratas sobre as condições que cada lado exige para aprovar o aumento do tecto da dívida pública, é mais uma complicação muito séria que se acrescenta à já bastante complexa e perigosa situação internacional. A administração americana está a dias de se encontrar numa situação de insolvência parcial. A dívida pública representa cerca de 122% do PIB, uma situação que não é muito diferente da que existe em Portugal. Como noutros países desenvolvidos, o endividamento do Estado ultrapassou nos últimos vinte anos o limite da prudência, que anda à volta de 60% no que respeita ao rácio dívida/PIB. A dívida pública só cresce se houver quem queira emprestar dinheiro ao Estado. Os Estados, incluindo os mais desenvolvidos, gastam desenfreadamente, por várias razões políticas, incluindo para manter artificialmente os níveis de vida dos seus cidadãos. É mais fácil pedir emprestado que ter políticas acertadas que gerem riqueza e evitem desperdícios. E os políticos gostam das soluções fáceis.