Os políticos que falam por falar
O ruído político à volta das declarações proferidas por um candidato à autarquia de Loures destina-se apenas a ganhar pontos. Faz parte do arremesso a que os partidos se habituaram e do comentário pela rama, que caracteriza a nossa maneira de tratar a opinião pública. As referências a valores fazem parte do ritual.
A verdade é outra. Sabe-se muito pouco sobre o quotidiano e as práticas das nossas comunidades ciganas, para além do preconceito e dos estereótipos.
Os políticos, de maior ou menor dimensão, mas todos de talha baixa, falam sobre os nossos concidadãos ciganos sem terem ideia alguma do que estão a falar. Nem saber sobre o assunto lhes interessa de sobremaneira. Se houvesse de facto uma preocupação a sério sobre essa categoria de portugueses já teriam sido feitos estudos oficiais, até mesmo, criados grupos de trabalho parlamentar. E teriam existido debates de fundo, que o tema é complexo e deve ser visto sob várias dimensões.
Mas esses cidadãos são pura e simplesmente ignorados. Ninguém que ver o problema de frente. Agitam-se umas bandeiras e procura-se, assim, enganar a realidade.