Pensar o futuro
Os últimos quarenta anos foram um período de grandes transformações. Mudou Portugal, a Europa e o contexto internacional.
Mas as grandes aspirações humanas continuam a ser as mesmas: as pessoas querem ser respeitadas, sentirem-se livres e seguras.
Nas Nações Unidas, chamamos a isso direitos humanos e segurança humana.
Com os direitos humanos vêm a liberdade, a justiça e a igualdade de oportunidades. Com a segurança humana, temos a protecção da vida e da propriedade de cada um, bem como um mínimo de condições económicas que permitam viver com um mínimo de dignidade e sem o temor dos dias de tempestade.
A maneira de encarar a responsabilidade por estas coisas também evoluiu. Hoje é mais claro, para a maioria, que a responsabilidade é partilhada. Cabe ao Estado e às instituições públicas, bem como às associações de cidadãos, incluindo aos partidos políticos, às empresas, a todos os que têm peso em termos da opinião pública. Mas cabe igualmente a cada cidadão. Cada um deve olhar para si próprio e perguntar, que mais posso fazer? Ficar à espera dos outros não é, de modo algum, uma atitude responsável. Excepto, claro, para quem, por motivos de força maior, não pode ir mais além sem o apoio alheio. E aqui aparece um outro valor moderno, o da solidariedade.