Pensões e demagogia
Quando comparo os valores das pensões mais elevadas atribuídas em Portugal com o que se paga noutros países europeus bem mais ricos, só posso concluir que as elites dirigentes portugueses têm sabido cuidar muito bem dos seus interesses. Escandalosamente bem, diga-se sem medo.
As pensões das nossas elites estão bem acima da média europeia. Um exemplo apenas, mas ilustrativo: Lieve M., doutorada em medicina, foi investigadora-chefe em biotecnologia na Universidade de Lovaina durante muitos anos. Reformou-se o ano passado. Valor líquido mensal da sua pensão: à volta de 1500 euros líquidos. O seu marido, antigo quadro de direcção do Banco Fortis, reformou-se com uma pensão mais ou menos equivalente.
Em Portugal, esses valores teriam sido multiplicados por dois ou três, pelo menos.
O resto é demagogia e falta de realismo. Ou propaganda política, como diria o líder de um partido que eu cá sei…