Política com mel
Custa-me ver gente amiga politicamente fanática. Falo de amigos que andaram pelos bancos das universidades, fizeram boas carreiras profissionais, venceram, mais ou menos, na vida, mas que são excessivos e desvairados, quando se trata da política. Sobretudo quando se faz uma pontinha de crítica ao partido com o qual se identificam. Ficam fora de si. E fazem-me pensar que a política é algo de profundamente emotivo, que pouco tem que ver com a direcção mais correcta que deve ser dada à vida colectiva de um povo. Esses meus amigos lembram-me, então, que a política tem que ser ganha nos corações dos eleitores, não simplesmente nas suas mentes. Por isso, a narrativa tem que ter calor e alma, para poder ganhar o âmago de cada eleitor. Um discurso político meramente cerebral não leva muito longe. Fazer política e ganhar votos exigem uma grande proximidade e empatia com uma boa parte da população. A política é sobre o mel, não é sobre o vinagre.