Putin face aos cidadãos
O Presidente Vladimir Putin teve hoje o seu encontro anual com os russos. O Presidente passou mais de quatro horas a responder a perguntas vindas dos quatro cantos da Rússia e, com base nalgumas das questões, a tomar decisões na hora sobre isto, aquilo e mais alguma coisa.
O tema central deste ano ficou claro na maioria das interrogações vindas dos cidadãos: a má situação económica em que o país se encontra. Há cinco anos que os indicadores do nível de vida não fazem outra coisa senão baixar. A economia enfrenta dificuldades enormes. A diversificação, para além da exploração das matérias-primas, não tem lugar. O salário mínimo está em 11 280 Rublos, ou seja, cerca de 160 euros. Um professor do ensino primário ganha esse valor. Um valor que não dá para viver.
O Presidente apontou o dedo às sanções económicas que a Europa impõe à Rússia. Mas não falou da corrupção que existe, da falta de atractividade do país em termos de investimentos estrangeiros, dos imensos gastos militares, que retiram recursos aos outros sectores da economia e às áreas sociais, das disparidades de rendimentos entre quem vive em Moscovo ou em São Petersburgo e os que residem noutras partes do país.
A verdade é que a Rússia precisa de rever inteiramente o funcionamento da sua economia e das suas instituições de governação. Mas isso não parece ser possível enquanto Putin estiver no poder. Mesmo nestes tempos de agora, em que a sua popularidade se encontra a um nível muito baixo, um nível que ele nunca poderia ter imaginado, há um ou dois anos atrás.