Racista, eu?
O racismo é uma questão muito delicada. Por isso, não pode ser tratada nem com ligeireza nem com alvoroço.
E, para além dos aspectos legais e institucionais, deve igualmente constituir uma interrogação pessoal: será que eu também tenho comportamentos racistas? Quando, por exemplo, comento a reacção de Serena Williams face à decisão do árbitro, como aconteceu há uns meses, caio no comentário racista? Quando me rio de uma piada que goza com a fisionomia e o aspecto físico de outros povos, estou a ultrapassar o risco? Quando oiço um amigo negro dizer que não foi recrutado para um emprego por ser preto, e eu deixo passar a afirmação, sem mais discussão, estou a ser rigoroso com a verdade ou a deixar-me simplesmente ir na onda?
E assim sucessivamente, que o combate contra o racismo começa em casa e por mim, pela minha coragem, pela minha tomada de consciência e pela minha abertura de espírito. O que torna a questão bem difícil de resolver, porque normalmente são os outros que têm as culpas.