Sobre o Níger
O Níger é um país vastíssimo, mas terrivelmente árido e muito pobre. No Sahel, tem sido um exemplo em termos de equilíbrio étnico. Isto, apesar das ameaças dos grupos terroristas que operam na região e misturam extrema violência com banditismo e radicalismo primário. Niamey, a capital, tem sido o palco de uma série de conferências e encontros regionais, numa procura incessante de encontrar maneira de acabar com a insegurança em todo o Sahel. As últimas eleições presidenciais, que ocorreram em fevereiro de 2021, foram consideradas como correctas. Desde então, Mohamed Bazoum tem sido um presidente equilibrado, dedicando uma atenção muito especial à educação das raparigas, à igualdade entre os homens e as mulheres, ao controlo da natalidade – as famílias não têm acesso ao planeamento familiar e acabam por ter uma prole muito numerosa –, assim como às questões de segurança interna.
No essencial, Bazoum tem desempenhado um papel positivo.
Está agora ameaçado pela sua guarda presidencial e em vias de ser derrubado por um golpe de Estado. Dois países vizinhos, o Mali e o Burkina Faso, conheceram nos últimos anos situações semelhantes. Seria muito negativo se o golpe em curso no Níger tivesse sucesso. Por isso, tem sido condenado pela região, pela ONU e por outros Estados exteriores ao continente africano.