Abuja
Ontem, o edifício das Nações Unidas em Abuja, a capital da Nigéria, foi alvo de um ataque suicida. Pelo menos 18 colegas perderam a vida, embora ainda não se saiba, com certeza, qual é o número total de vítimas.
Este ataque é equivalente ao de Bagdade, em 2003, e ao de Argel, em 2007. Apesar das lições aprendidas com o que aconteceu nessas duas cidades, Abuja foi ainda possível. Uma vez mais, vai ser necessário investigar o que se passou e tirar as conclusões que se impõem.
As vítimas foram, uma vez mais, pessoas que acreditavam na solidariedade internacional. Ainda não tive acesso à lista de nomes. Receio conhecer alguns.
A autoria do atentado foi reivindicada por Boko Haram, um grupo terrorista fundamentalista, que nasceu nas margens ocidentais do lago Chade, na parte que pertence à Nigéria.
Havia chamado a atenção, recentemente, a 23 e 24 de Julho, sobre a perigosidade deste grupo, hoje dividido em três comandos operacionais. Opera sobretudo no Norte da Nigéria, mas representa, igualmente, um perigo para a segurança de outros países: Chade, Níger e Camarões. A Nigéria, o Chade e o Níger montaram, há cerca de dois anos, uma estrutura militar conjunta, para combater Boko Haram. Os Camarões não se quiseram juntar, o que me levou na criticar o governo de Yaoundé.
Esta zona de África, que tem ligações directas com os grupos armados que operam no Sahel, exige uma maior atenção da comunidade internacional.