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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

A Índia é amiga de Portugal

Cabe ao Brasil presidir ao Conselho de Segurança da ONU, durante o mês de Fevereiro.

 

O Brasil quer aproveitar a sua presença no Conselho, sobretudo no mês em que está na cadeira da presidência, para se bater pela reforma do mesmo e garantir que, no futuro, um dos lugares de membro permanente lhe seja atribuído. Esta campanha está a ser feita em sintonia com a Índia e a Alemanha, que partilham o mesmo tipo de ambições.

 

Ontem, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, António Patriota, presidiu a uma reunião especial do Conselho, convocada pelo seu país, para discutir as interconexões entre as questões da paz, da segurança e do desenvolvimento. Estavam presentes, como seria de esperar, os ministros homólogos da Índia e da Alemanha. Como também estava o nosso MNE, Luís Amado.

 

O Banco Mundial tentou, durante os debates, chamar a atenção para as lições aprendidas nos últimos anos em matéria de pós-conflito e de consolidação da paz. A minha antiga colega Sarah Cliffe falou da segurança dos cidadãos, da administração da justiça e do emprego, como sendo os três pilares essenciais de qualquer programa de estabilização bem pensado e com possibilidades de sucesso.

 

Curiosamente, não falou num quarto pilar que é igualmente fundamental: o relativo aos direitos humanos. O Banco Mundial ainda não se sente à vontade para falar de direitos e liberdades fundamentais. É uma falha de monta, como o Norte de África o está a demonstrar.

 

O nosso ministro, que falou de improviso, sem ler o discurso que havia sido preparado e previamente distribuído, falou, demoradamente, sobre a geopolítica mundial e o Médio Oriente em particular, sublinhando, várias vezes, que é preciso adoptar-se um " comprehensive approach", uma maneira de actuar que combine vários tipos de resposta.

 

Na minha opinião, deveria ter aproveitado a ocasião para afirmar, claramente, que Portugal reconhece que é urgente proceder à reforma do Conselho de Segurança. Isso seria entendido pelo Brasil e pela Índia, para já não falar na Alemanha, como um sinal claro de apoio às suas ambições. A nossa diplomacia bilateral com esses países teria marcado mais uns pontos.

 

Foi mal aconselhado.

 

O ministro indiano lembrou ao Conselho as palavras fortes de Mahamat Gandhi: "a pobreza é a pior forma de violência".

 

E fez um favor a Portugal. Por engano, é verdade, mas sem se desmanchar. Leu metade do discurso que Amado deveria ter lido, antes de se aperceber do erro, de que estava a recitar o papel do vizinho. Ficámos, assim, a conhecer cerca de 50% do que Portugal tinha, de facto, a intenção de dizer.

 

Obrigado, Ministro Krishna.

 

Ainda sobre o seminário diplomático

O seminário diplomático deste ano, que decorreu ontem e hoje, mostrou, uma vez mais, que é preciso alterar o paradigma da diplomacia portuguesa, para a tornar mais proactiva, como agora se diz, ou seja, com maior capacidade de iniciativa, com agilidade para participar na definição das agendas internacionais.

 

A máquina, que tem grandes competências, continua a ser muito burocrática. O que significa que os embaixadores têm medo de tomar iniciativas sem terem recebido, previamente, orientações precisas da casa-mãe.

 

Mais ainda, é preciso preparar melhor os quadros diplomáticos na área da promoção dos interesses económicos de Portugal no estrangeiro. Diplomacia e política económica externa devem estar mais ligadas. Só que aí há outro problema. O nosso Ministério da Economia tem muita falta de genica em matéria de internacionalização das empresas portuguesas. O próprio ministro parece não se sentir à vontade fora de portas.

 

No plano interno, da realidade nacional, o MNE ganharia se organizasse um briefing semanal para a imprensa portuguesa. Deixei essa sugestão em cima da mesa. Volto a repeti-la, por me parecer importante e por achar que continua a haver timidez no relacionamento do ministério com os media. 

 

 

 

Sucesso exemplar

Agora com as cimeiras, que houve várias, não apenas a da NATO, por detrás das costas, pode-se respirar fundo e ter um Domingo mais descansado.

 

O governo, através do gabinete do Primeiro-Ministro, dos Negócios Estrangeiros,  da Administração Interna, da Defesa, foi exemplar na maneira como organizou todos os aspectos relacionadas com a presença em Lisboa de gente muito poderosa. Tudo isto numa situação de alto risco. As forças de segurança, o protocolo de Estado, os diplomatas, os militares, os profissionais civis que apoiaram os participantes, enfim, todos os que estiverem, de perto e de longe, empenhados nas cimeiras de ontem e hoje, contribuíram para dar uma imagem eficiente e moderna de Portugal.

 

Ainda bem que assim foi. Até deu para esquecer as nossas politiquices quotidianas. Pelo menos, até Segunda-feira. Depois, descemos à terra.

Vêm aí os Russos

O Presidente Dmitry Medvedev confirmou hoje que estará em Lisboa a 20 de Novembro, para participar numa cimeira com a NATO. É uma boa notícia. O desanuviamento entre as duas partes ainda tem muito caminho a percorrer. Ainda existem muitas suspeições. Se o futuro das relações passar por Lisboa, terá valido a pena todo o investimento feito com a realização da cimeira.

 

A abolição dos vistos entre a UE e a Rússia deveria ser, no meu entender, o próximo passo. Não é nada do outro mundo, não tem custos, não compromete a segurança, nem de um lado nem do outro. Permitiria, isso sim, um maior intercâmbio económico e turístico. Que seria vantajoso para ambas as partes.

 

A questão dos vistos poderia ser um cavalo de batalha da diplomacia portuguesa. Quando vierem a ser abolidos, Portugal estaria, assim, associado a essa medida. Ganharia em termos de imagem e de interesse, num país tão rico como a Rússia, um país que vai ser um dos grandes investidores do futuro.

Vitória da diplomacia

A eleição de Portugal para um lugar de dois anos no Conselho de Segurança deve-se à mobilização conseguida por Luís Amado. O ministro empenhou-se a sério na campanha. Como também foi o caso de João Cravinho, o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. Por outro lado, o nosso embaixador junto da ONU, Moraes Cabral conseguiu muitos votos devido ao trato cordial que sempre tem mantido com muitos outros embaixadores de Estados membros acreditados em Nova Iorque.

 

Dirão alguns que a campanha para o Conselho de Segurança desviou recursos e atenções de outras áreas prioritárias, em matéria externa. E que o ministério tem problemas de fundo, que não estão a merecer a atenção que deveriam ter. Talvez assim seja. Mas a verdade é que a vitória de hoje é um factor de credibilização da equipa dirigente do ministério. A partir daqui, fica com mais força para reformar o que há que reformar. Espero que as energias reveladas durante a campanha sejam agora focalizadas na agudização estratégica da nossa política externa e na melhoria da gestão do ministério.

 

No Canadá, o país que perdeu contra Portugal, a derrota diplomática foi muito sentida. Foi a primeira vez que o Canadá perdeu uma eleição deste género.

Um jantar português, sem rebeldes

 

Luís Amado jantou hoje em N'Djaména com a comunidade portuguesa. Com os elementos do GOE, profissionais de qualidade, que asseguram a minha protecção pessoal. Com os oficiais da PSP, gente boa e dedicada, que estão a formar a polícia do Chade. Com o Leonardo C., que coordena a segurança dos trabalhadores humanitários junto à fronteira com El-Geneina, a cidade do Darfur que é um ninho de ratos armados. O Leonardo vive no nosso campo militar de Farchana, no meio do nada. Almoça frango com arroz, na messe dos soldados do Gana, e janta arroz com frango. Hoje, agarrou-se a um bife de boa qualidade. É um homem de carnes. Com o Eduardo, o político da delegação da UE. Acaba de chegar ao Chade, onde vai secar durante os próximos três anos. Com todos nós, excepto os três missionários comboianos, que pregam no Sul do Chade. Missionários de Cristo em terras do diabo. Não puderam vir, não há capital para tanto.

 

O Ministro ofereceu-me uma caneta. Para quem gosta de escrever, é o presente ideal. Um presente que é um simbolo. Disse-me que aprecia o que faço. Acredito. Quase que advinharia que gostaria de estar no meu lugar. É que os rebeldes que nós temos por aqui são mais verdadeiros, mais sinceros, mais previsíveis que os que ele tem que enfrentar na Assembleia da República, em S. Bento. Sem contar com os fantasmas que percorrem os corredores das Necessidades.

 

Viagens e conflitos

 

A visita de Luís Amado ao Chade, prevista para amanhã e Segunda-feira, incluía uma volta por um campo de refugiados, o maior e numa zona perto da fronteira com El Geneina, um importante centro urbano, no Sudão.

 

Por razões de última hora, completamente justificadas, o Ministro não pode fazer a viagem. Terá que ser em Janeiro.

 

Entretanto, está em preparação a minha viagem a Sam Ouandja, uma localidade 200 quilómetros ao Sul de Birao. É a ponta Sul da área de intervenção das tropas da MINURCAT. Uma região de refugiados sudaneses e de homens armados, pertencentes ao grupo rebelde centro-africano conhecido como UFDR. As duas partes estão em conflito. Com violência e com casos de morte. É uma terra com diamantes e caça grossa. São dois recursos naturais que levam a grandes disputas. Não há segredo. Trata-se de ver quem controla as riquezas. Lá como por cá. 

 

 

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