A opinião dos meus amigos
Alguém me perguntava por que razão nunca critico o que os meus amigos escrevem como opinião nos jornais. Respondi que se o fizesse, deixava de ter amigos.
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Alguém me perguntava por que razão nunca critico o que os meus amigos escrevem como opinião nos jornais. Respondi que se o fizesse, deixava de ter amigos.
Estive ontem no almoço anual dos Antigos Alunos do Liceu Nacional de Évora. Foi a primeira vez que participei, cinquenta anos depois de haver terminado o antigo sétimo ano. Claro que achei que estavam todos um bocado mais velhos. Mas gostei de estar presente. Apesar da reunião ter posto à prova a realidade das minhas amizades “facebuquianas”. Um bom número dos presentes no almoço é meu no Facebook. Mas não se notou. A culpa terá sido minha, que não tive a presença de espírito de ir de mesa em mesa para me apresentar aos meus “amigos virtuais”. Tive, depois, muita pena.
Este blog fechou para férias de Ano Novo. Num ano em que o trabalho é o único valor seguro, embora incerto, convém não fechar para férias durante muito tempo.
Um bom ano para todos.
Vários amigos me têm falado de uma possível entrada na política, em Portugal, agora que saio de trinta e picos anos de trabalho com as Nações Unidas. Ainda hoje, um dos comentários ao meu blog, feito por uma pessoa que muito aprecio, conclui que a política portuguesa teria a ganhar, se eu resolvesse entrar. É uma opinião que respeito.
A verdade é que a minha escrita, quando me libertar das cargas que ainda mantenho, se tornará cada vez mais intervencionista. Mas sem enveredar por ataques pessoais, nem procurar fulanizar a vida pública de Portugal. Nessa frente, o que está a acontecer já chega. Temos que ir direito às questões, não às pessoas. Há muita questão por resolver. Muito contributo por mobilizar.
Com toda a objectividade, para que se possa ultrapassar os clubismos doentios actuais. Participar é unir, não é excluir.
Aos meus queridos amigos e fiéis leitores, aqui fica o anúncio que estou de volta. Fui libertado do hospital hoje de manhã. Estou fino, dizem os que me guardaram nestes últimos dias. Sinto-me, na verdade, bem. Vou ficar uns dias em casa. Num combate diferente, que eu não gosto de parar, mas com mais conforto. A minha vida é, sempre foi, e sempre será um combate. Vale a pena.
Mas acima de tudo, quero agradecer a todos os que me deixaram mensagens de simpatia e carinho, aqui no blog, bem como aos que me escreveram, enviaram SMS e me telefonaram. A vossa amizade, o vosso amor, o vosso cuidado, foram-me direitos ao coração. As imagens nas máquinas mostraram que o meu ritmo cardíaco ficava mais sereno cada vez que eu recebia uma mensagem vossa.
É que a amizade dá vida ao coração.
O autor do blog continua "detido" no Hospital em Paris.
Este é o seu fantasma pessoal a dizer que está tudo bem. Pede aos leitores o favor de não passarem para a concorrência...
O seu texto da Visão desta semana está disponível on-line:
http://aeiou.visao.pt/a-china-pela-positiva=f547557
O meu blog fecha hoje para umas "férias forçadas". Estou desde esta manhã inetrnado num hospital miltar francês, com o coração aos pulos. Viajo, a título de evacuação médica, para Paris durante toda a noite. A minha entrada na cidade das luzes, será de ambulância, a caminho de Val de Grâce, o famoso hospital miltar. Lá ficarei, não sei por quanto tempo. Sabem. Quando se entra num hospital, nunca se sabe por quanto tempo será.
Os meus amigos já começaram a sua mobilização. Veja-se o comentário do André. Ter amigos assim faz bem ao coração.
Voltem a ler-me logo que eu esteja de volta. Não se esqueçam de mim.
E paciência, para todos.
Começar o dia com o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o General Orozi, é um prazer. Orozi, um jovem, 43 anos, três estrelas, é uma das pessoas mais inteligentes das muitas que encontrei nas minhas peregrinações. Conhece cantos de Lisboa que eu nem sonho que existam. Vem muitas vezes a Portugal. As Oficinas Gerais de Material Aeronáutico fazem a manutenção do seu C-130. É um homem do deserto, nascido a cerca de 250 quilómetros a Sul da fronteira com a Líbia, em pleno Sahara. Um homem de palavra. Quando diz que faz, faz. Quando diz que não, é não mesmo.
Pertence a uma tribo de pastores de camelos. Os miúdos saem para o deserto com os animais, e por aí ficam meses sem fim. Além da companhia dos camelos e do silêncio que os torna homens grandes, cada miúdo tem a sua pistola-metralhadora, uma kalashnikov. Mais tarde na vida, os mais aguerridos tornam-se soldados, ou rebeldes, ou ambas as coisas. Não têm medo da morte, que morrer é o que acontece a muitos.
Hoje a minha net não quer que eu tenha ligações. Acha melhor que eu fique sózinho na vida.
Quem vive no deserto arrisca-se a ter ligações muito ténues. Espero que amanhã as telecomunicações me permitam reforçar a ligação.
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