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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Olaf Scholz

O discurso que o Chanceler alemão, Olaf Scholz, pronunciou ontem no Bundestag, o Parlamento federal, foi memorável. Constituiu uma viragem histórica, no que respeita a política externa da Alemanha. Se os analistas não estivessem inteiramente focados na crise ucraniana, estariam agora a comentar o que Scholz disse. E também sublinhariam que o líder da oposição, da CDU de Angela Merkel, apoiou sem reservas o que o Chanceler social-democrata anunciou. Ou seja, a quase totalidade dos representantes políticos ao nível federal aprovou as novas orientações em matéria de política externa.

Um dos aspectos mais relevantes é promessa de, a partir de agora, investir na modernização e na eficácia das forças armadas do país. É a famosa questão dos 2% do PIB serem gastos na área da defesa. Um outro aspecto refere-se a investimentos no domínio da energia, de modo pôr um ponto final à dependência em relação à Rússia. Lamentavelmente, no entanto, a nova política energética assenta na expansão da importação de gás liquefeito – para isso serão construídos dois novos portos especialmente apetrechados – e na revisão das decisões que levaram ao fecho das centrais nucleares.

Muito do que disse teve como pano de fundo a ameaça que Vladimir Putin representa. Muito especialmente, a agressão contra a Ucrânia.

 

Fazer respeitar os valores europeus

https://www.dn.pt/opiniao/um-perigo-disfarcado-de-lei-e-justica-14242965.html

Este é o link para a minha crónica de hoje no Diário de Notícias. O texto tem fundamentalmente duas mensagens. Primeiro, que a política seguida pelos ultraconservadores que estão no poder em Varsóvia deve ser vista como uma ameaça muito séria para o futuro da União Europeia. Segundo, que é fundamental dar força à Comissão Europeia no seu combate contra os tentados ao estado de Direito, na Polónia, para já, mas também noutros países europeus. 

Cito de seguida umas breves linhas do meu texto. 

"Tudo isto põe em risco o futuro do projeto comum. Os polacos querem continuar na UE – 90% dos cidadãos são a favor, incluindo 87% dos apoiantes do PiS. O próprio governo diz e repete que não se trata de preparar uma saída, um Polexit. Seria, segundo dizem, apenas uma afirmação de que a Europa assenta num conjunto de nações e não numa integração cada vez mais profunda. É um argumento falacioso, pois o que está em causa é o respeito pelos valores básicos que unem os povos europeus e que foram consagrados nos Artigos 2º e 3º do Tratado da UE. Deixar que um Estado-membro viole esses valores e continue na União é oferecer ao adversário a possibilidade de nos destruir continuando sentado à nossa mesa."

Merkel e Macron a jogar fora do campo

É difícil de entender a razão que levou, na véspera da reunião do Conselho Europeu, Angela Merkel e Emmanuel Macron a sugerir a hipótese de uma cimeira entre a Europa e Vladimir Putin. A sugestão foi feita de modo inesperado, sem qualquer consulta com os outros líderes europeus. Contribui para novas divisões entre os europeus, com a Polónia e os Países Bálticos a dirigirem a oposição à proposta e a reforçar a sua posição de porta-vozes de Washington em Bruxelas.

O relacionamento com a Rússia é um assunto muito delicado. Exige muita coordenação entre os aliados europeus. É verdade que há muita matéria que precisa de ser discutida com Vladimir Putin. Mas também é um facto que este não está muito disposto a entendimentos sobre aquilo que é essencial para um melhor entendimento entre as partes.

No mesmo dia em que surgiu a ideia duma cimeira aconteceu um incidente militar grave no Mar Negro entre um navio britânico e as forças armadas russas. A embarcação britânica foi alvo de ameaças e forçada a alterar a sua rota, apesar de navegar num corredor que é reconhecido como internacional. Este incidente aconteceu na pior altura, no que respeita a Merkel e Macron.

Mas acredito que o assunto irá ser aprofundado e que os canais apropriados de consulta acabarão por ser seguidos. A questão é importante para ambos os lados. Mas é preciso encontrar as razões e os temas que levam as partes a um diálogo útil.    

Os nosso amigos da Dinamarca

Ficou-se agora a saber que os serviços secretos de inteligência das forças armadas dinamarquesas ajudaram os americanos, até 2014, a ter acesso e a espiar todo o tipo de comunicações de Angela Merkel e de outros dirigentes alemães, franceses, noruegueses e suecos. Ou seja, um país da União Europeia conspirou contra outros Estados-membros, incluindo os vizinhos nórdicos e os dois países mais poderosos da UE.

Dirão que se trata de factos já antigos, que agora é tudo limpo. Acredito que o governo dinamarquês tenha posto um termo a isto. Mas fico com dúvidas sobre o que os serviços americanos andam a fazer em relação aos dirigentes europeus.

Isto mostra, mais ainda, que quem controla os cabos e os sistemas de comunicação consegue saber tudo sobre os alvos que tenha escolhido. Assim, a discussão sobre a segurança cibernética e, em particular, sobre quem vai fornecer os sistemas 5G, é mais necessária do que nunca.

Muitas das informações recolhidas nunca são devidamente ou mesmo, minimamente, exploradas. Mas as relacionadas com gente chave são passadas a pente fino.  

Entretanto lembrei-me dos meus tempos na Tanzânia, quando andava a tratar da falsificação dos resultados das eleições presidenciais em Zanzibar. Um dos meus interlocutores quase diários era o Vice-Presidente da República. Quando me reunia com ele, o VP fazia sempre questão de responder a questões que eu havia discutido, “confidencialmente”, com os embaixadores ocidentais. O VP estava a par de tudo, embora nada tivesse transpirado. O sistema de escutas e de espionagem funcionava bem. Depois da resposta que me dava, eu pegava na matéria e argumentava com ele, como se o assunto tivesse sido posto em cima da mesa durante o nosso encontro. Nunca lhe perguntei como sabia de conversas em que não havia participado. Mas fui tirando proveito da espionagem, para lhe dar a conhecer o que preocupava os principais parceiros da Tanzânia. Assim, não precisava de o confrontar directamente com factos muito sérios. Ele é que os punha em cima da mesa.

O dia de hoje

O partido de Angela Merkel perdeu pontos em duas eleições regionais que hoje tiveram lugar. É importante perceber as razões da quebra de apoio. A primeira tem de ver com os atrasos nas vacinações e a percepção que o governo não tem sido coerente na resposta à pandemia. A segunda diz respeito a casos de corrupção e de aproveitamento do poder por parte de deputados do partido para fazer negócios e ganhar comissões.

Estes são dois temas muito sensíveis. Na Alemanha, como em qualquer outro país da União Europeia, o abuso do poder para benefício pessoal é um tema central em matéria política. O papel das instituições e das oposições é o de estar atentos a esses abusos e denunciá-los. Por outro lado, a questão da vacinação que não avança vai acabar por ter custos políticos muito grandes. Os europeus vão comparar os números com os do Reino Unido, dos Estados Unidos e outros, e não vão aceitar de ânimo leve as justificações que os políticos lhes forneçam para justificar a lentidão.

Tudo isto faz-me pensar numa panela de pressão que está a ferver em lume brando. As consequências serão desastrosas, se o lume não for apagado rapidamente.

A nossa capacidade de atrasar o que é urgente

A minha leitura entrelinhas do que diz a ministra da Saúde é que a campanha de vacinação vai ser feita às pinguinhas. É uma noção muito única do que significa responder eficaz e prontamente a uma urgência nacional. Entretanto, na Alemanha já estão a ser construídos os centros de vacinação em massa, aproveitando pavilhões desportivos e outras infra-estruturas. Assim, talvez não seja uma má ideia começar a planear umas excursões de portugueses à terra de Angela Merkel.

Uma nova ambição para a União Europeia

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/14-nov-2020/uma-europa-mais-arrojada-13030013.html

Este é o link para o meu texto desta semana no Diário de Notícias, edição em papel de 14 de Novembro de 2020.

A Grécia e o vizinho turco

O texto que publico esta semana no Diário de Notícias, na edição deste sábado, analisa o conflito marítimo entre a Grécia e a Turquia, com uma referência especial ao regime do Presidente Erdogan. A Turquia de Erdogan representa um grande desafio para a Europa. Esta tem que falar claro e por Erdogan no seu lugar. Não deve haver espaço para ambiguidades. Os riscos são enormes. Erdogan pode criar problemas existenciais à União Europeia. Já conseguiu paralisar a NATO. Mas o seu grande objectivo é o se mostrar forte e determinante em relação à Europa. Precisa disso para poder continuar a apostar nos projectos megalómanos que tem em curso no seu país. Como também precisa de aparecer perante o eleitor turco mais simples como um nacionalista e um restaurador da grandeza turca.

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