Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. A França preside a partir de amanhã, por seis meses, à União Europeia. E Emmanuel Macron vai ter, nesse mesmo período, uma eleição muito disputada. Bom Ano Novo, é o que desejo a todos.
Dir-se-ia que uma parte do país está na fila para fazer o teste da Covid. Este é um final de ano bem estranho. E fica ainda mais estranho porque o tempo está carregado de nevoeiros e de nuvens baixas. 2021 aproxima-se do fim de modo inglório. E anuncia um começo de Ano Novo confuso e perturbado.
Que impacto terá tudo isto nas eleições que se aproximam?
Neste começo de ano, lembro a mim próprio o que a experiência me ensinou. Ou seja, perante a adversidade e os grandes reptos da vida, é fundamental manter a calma e ser guiado pelo bom senso na análise das soluções ou respostas possíveis.
Com todos os desafios que temos pela frente, parece-me importante não perder de vista essa linha de acção.
Já cheira a fim do ano. Os meus amigos passam agora mais tempo a enviar mensagens de felicidades do que a tratar dos seus negócios. E dizem que acreditam que 2021 será um ano melhor do que este que está a acabar. Ainda bem que há esperança. Mas a verdade é que 2020 tem sido um ano histórico. Não por boas razões, mas histórico apesar de tudo. E temos a felicidade de o haver vivido e completado. Vamos, no futuro, poder falar do que aprendemos em 2020.
Entretanto, desejo a todos e a todas uma boa passagem de ano.
A mensagem de Ano Novo do Presidente da República vale a pena ser ouvida. Breve, vai directamente às grandes preocupações que Marcelo Rebelo de Sousa vê perfilarem-se em 2020. A saúde, a segurança, a coesão e a inclusão sociais, a ênfase numa sociedade baseada no conhecimento e,ainda, a questão do investimento.
Por detrás das palavras, o Presidente diz-nos que o Sistema Nacional de Saúde está com muitas dificuldades e que a segurança das pessoas não é tão boa como certos arautos do poder nos querem fazer acreditar – e eu, que sei um pouco de segurança, continuo a pensar que o país tem um grau de insegurança que merece mais atenção. Também nos lembra que as desigualdades sociais e a pobreza são uma realidade nacional, que a economia precisa de mais competências e de mais, bem mais, investimentos, públicos e privados.
Estas prioridade não nos podem fazer esquecer outras. Mas já seria óptimo se, neste ano que agora começa, se começasse a dar-lhes mais atenção.
Hoje, segunda-feira, quase no final do ano, Bruxelas está meio deserta. Os únicos sítios onde se pode ver pessoas e mais pessoas é nos supermercados, nas secções que vendem comes e bebes. Aí, sim. É um ver se te avias, na compra dos ingredientes que irão compor o jantar de amanhã. Porque isto de passagem do ano é, acima de tudo, uma questão de jantar bem e com boa rega.
Este ano, com uma passagem de ano “muito apagada” aqui por casa, limitei-me, esta tarde, à compra de um filete de javali jovem, que será, como é tradição, acompanhado por bagas vermelhas de airelas. O filete já está a marinar num tinto do Douro.
Hoje é dia de Ano Novo. Tempo de desejar muitas felicidades aos meus amigos. Muitas, mesmo!
Também, de lhes pedir que nos votos que enviem me desejem muita calma, ideias equilibradas, mas corajosas e inovadoras, e clareza de espírito, para além da sempre necessária boa saúde.
Foi um tempo complicado. Há anos assim. Apesar de tudo, termino a coisa com calma, lendo umas notas sobre o taoísmo. Que se podem resumir muito simplesmente em três pequenas frases: continuar a viver os dias que passam; manter uma conexão positiva com as pessoas que contam; procurar sorrir perante o que a vida nos vai trazendo.
No meu primeiro escrito do ano novo, tenho que ser positivo. Faz parte da quadra festiva. E também das resoluções habituais nesta época.
É verdade que tenho lido, na mais variada imprensa, muito prognóstico negativo sobre 2016. Há um grande pessimismo no ar, a diferentes níveis. Nomeadamente sobre a Europa.
Um ponto de partida assim não é o melhor. E não tem em conta que há por aí muita gente a lutar para que as coisas não corram mal. A nossa voz deve, isso sim, juntar-se à voz dessas pessoas.
Aqui fica a promessa de uma escrita construtiva em 2016. Espero ser capaz de a manter.
No seu discurso de Ano Novo, o Presidente da República quis combater o pessimismo generalizado, a desmotivação reinante neste momento na sociedade, a maledicência, que se transformou numa espécie de passatempo nacional. Pintou, na verdade, um retrato do país que mostra a existência de uma crise moral aguda e de uma perturbação profunda da vida política, que deixou de ter a credibilidade necessária.
Creio que as palavras do Presidente Hollande podem ser igualmente lidas noutros cantos da Europa, incluindo nas terras da beira-Atlântico.